ASSOCIAÇÃO

A Associação do Pão de Santo Antônio tem como finalidade original e primordial abrigar e assistir materialmente pessoas carentes e/ou idosas através da manutenção do abrigo dos pobres, em atividade desde 1901. Em 1906, com o objetivo de obter renda para a manutenção do abrigo, foi criado o Jornal Pão de Santo Antônio, que, depois de algumas interrupções, passa a se chamar, em 1936, Voz de Diamantina. Sem perder o seu caráter filantrópico, os dois jornais conquistam autonomia gradualmente e, ainda no início do século XX, consolidam um importante espaço cultural da sociedade diamantinense. Para além da sua atividade jornalística e editorial, os jornais contaram com infraestrutura própria através da instalação de uma oficina tipográfica, que esteve ativa até 1990, empregando tipógrafos, impressores e gravadores.

Antiga Tipografia

Antiga Tipografia

Depois de aproximadamente dez anos de interrupção, o Voz de Diamantina é relançado em 2001, com impressão terceirizada em gráficas rápidas – sob a iniciativa de seu atual redator, Sr. Joaquim Ribeiro Barbosa –, na ocasião das comemorações do centenário de fundação da Associação.
Com a oficina tipográfica desativada e com o acúmulo de um grande acervo documental – formado pelos quase quatro mil exemplares dos jornais tipográficos – tem-se, também naquele momento, o início do processo simbólico de patrimonialização dos acervos da Associação, que adquire então, para além do assistencialismo e do jornalismo, uma terceira missão, desta vez patrimonial, cujas bases já haviam sido lançadas pela gestão do Sr. Walter Baracho.

É importante lembrar que a atribuição de valores simbólicos – vinculados à memória e à história de uma atividade editorial centenária – começou com um projeto da antiga Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina (FAFIDIA), coordenado pelo então professor da instituição James William Goodwin Júnior. Um convênio estabelecido entre a Associação do Pão de Santo Antônio e o Centro de Pesquisa da Fundação Educacional do Vale do Jequitinhonha (FEVALE) – com o empenho da Profa. Mariuth Santos, sua coordenadora na época – tornou possível a execução do projeto, que resultou na criação de um primeiro espaço de memória, inaugurado em 2001, e contou também com a participação da Profa. Mireile São Geraldo dos Santos Souza, do Prof. Antônio Carlos Fernandes e do Sr. Wander Conceição.

Nos últimos anos, sob a administração do Sr. Juventino Ribeiro Barbosa, a Associação atinge sua maturidade com diferentes ações que impactam fortemente no cotidiano diamantinense: trabalhos em parceria com a área de saúde da Universidade dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri e a criação da Casa do Estudante. E hoje, com o Museu Tipografia, consolidado através das ações do projeto Memória do Pão de Santo Antônio, a Associação assume plenamente sua vocação patrimonial, salvaguardando e divulgando um patrimônio que, agora, pode ser apreciado por todos.